sábado, 2 de julho de 2011

O lugar de um livro

http://www.youtube.com/watch?v=dxlxqiRmNqM&feature=youtube_gdata_player

Gostava de gostar de televisão. Faz companhia vivermos através dos olhos vidas que inventam para vivermos. A caixa está fechada, parada e o que de lá se solta não preenche os vazios da casa onde aqui e ali os móveis vão ganhando espaço como frondosas árvores num descampado.
Percorro as estantes, deixo os dedos tocarem um a um as lombadas dos livros. Títulos e títulos de histórias passadas, sentidas e vividas em algum periodo. Todos os livros têm o seu tempo certo. Não somos nós que os escolhemos, são eles que nos escolhem a nós, como misteriosos mensageiros de algo que precisávamos saber ou entender num determinado momento da vida.
Todos têm o seu lugar e ficam depois guardados em condensadas memórias do essencial ou em condensadas estantes. Passo os dedos...nenhum novo, todos os títulos já tiveram o seu momento de glória na minha vida.
Há tanto tempo que não encontro um novo livro. Um livro é como uma paixão tem que ter o seu momento e ser vivido intensamente, temos que lhe dedicar tempo e compreensão.
As estantes estão cheias, de livros que já fizeram parte do meu tempo, dos meus sonhos. Há tanto tempo que não leio nenhum...na biblioteca repousam outras estantes, de livros que me sussurram:
- leva-me, vais gostar de me ler. E eu trago e leio, mas não são os meus livros, não vão ter um orgulhoso lugar, só seu na minha estante.
O tempo voa, lêm-se a correr os livros, agora. Não deixam os sentidos voar com as letras nas asas da imaginação. Não se constroem cenários nas nuvens, não se sente o gosto pelo sabor da história. Tudo a correr... e passo a mão pelo ultimo... ou foi o tempo que alterou o ritmo ou o ritmo que alterou o tempo e a quietude da casa faz-me lembrar que as memórias mesmo contidas em livro sempre se poderão apagar se as estantes onde repousarem se tornarem demasiado longíquas para lhes poder passar, de vez em quando, com os dedos na lombada.

3 comentários:

  1. Longe ou perto, livros serão sempre livros e valem pelo que fazem sentir nos momentos em que os lemos. Abraço

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  2. É afonte mais rica de sabedorias e de sentimentos mistos...

    bjs Insana

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  3. Pandora, há livros que valem muito mais do que apenas uns momentos e tu sabes como eu sou quando gosto demais de um livro

    Insana, os livros são como a vida têm de um tudo lá dentro, por vezes dificeis de compreender, umas vezes mais descontraidos outras mais densos, tal como as vidas e as pessoas. Beijis

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os teus pozinhos de perlimpimpim