Se te dissesse que tenho saudades da chuva, dirias que não me conheces...será que dirias? Será que te conheci?
Tenho saudades da chuva, do chilrear da água que cai sem resguardo e nos resguarda no calor das recordações.
Tenho saudades das tardes de tédio com o chá e contigo por companhia. As tardes em que contavamos as gotas de chuva que conseguiam alterar o seu percurso após o confronto com a velha mesa do quintal...a mesa onde um dia perdemos a cabeça, o corpo, o radar... a mesa onde tudo começou por acabar.
Tenho saudades de te contar, coisas de que nem sempre me lembrava, mas contava pelo prazer de te ver ouvir-me.
Gostava que me ouvisses. Foi quando o som deu lugar ao cheiro e ao sabor do teu sentir, que tudo começou por acabar. E eu...tenho saudades que a chuva lave o que me resta das tuas lembranças e que as gotas mudem de rumo anunciando novas primaveras.
A mesa fica insuportável com a tua imagem presa no vazio do meu olhar...
Sem comentários:
Enviar um comentário
os teus pozinhos de perlimpimpim