quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Move-te



E um dia acordas e vês tudo aquilo que perdeste, enquanto olhavas para o horizonte. À tua volta tudo se mexeu e tu, quieta, solitária como uma estátua ou um mimo humano onde só o sangue se move, perdeste algo insubstituível - o tempo em que podias ter transformado em sorrisos os desfiados momentos do relógio.
Move-te, mexe-te, ninguém espera por ti se não correres atrás do vento que trás noticias daquilo que queres ouvir.
O coração,  imperador do teu amor, bombeia incessantemente o liquido vital que te permite respirar. Imita-o, move-te, não percas o que depois de perdido, dificilmente se voltará a encontrar - a esperança... algures alguém espera por ti...move-te.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A música, o puzzle e as gargalhadas

O que me faz rir ?
O medo que ainda pressinto em ti, quando não sabes o que poderei fazer a seguir.
Gargalhadas ( suspiro )
A bem dizer, ainda me surpreendo, que te surpreendas.

Imagina um enorme puzzle, com demasiadas peças, para qualquer ser humano minimamente normal .
Agora imagina que metade delas não encaixam em lado nenhum ( agora imagino eu, aposto que já sentes vontade de dar um pontapé no maldito puzzle. Eu já )

E pronto cá estamos! Dá-me música que eu gosto.
Quando ao resto não sei muito bem como desembrulhar o presente, e o que fazer ao puzzle...

Mas dá-me música que eu gosto.

sábado, 25 de dezembro de 2010



A cair...
rasgas a roupa ao cair, partes as cristalinas partes que te compõe...
compões um Frankenstein e segues em frente
morta, zombie, retalhada em pedaços de morte ainda em carne viva
confusões, ilusões, empurrões
e eu...
sempre eu, a cair
partida em mil pedaços de um cristal 
solidão, retalhos de um todo que nunca foi nada, caídos, partidos em mil pedaços que a luz desfragmenta (ou desfragmentam a luz ), 
não sobra nada a não ser cor - ondas em frequências descoordenadas -, cor de mar, cor de mágoa e as ondas que me afogam em gritos de solidão
sem medo, sem dor, sem nada
gritos no escuro
onde outros sentam no trono que foi meu
o lugar vazio
em queda,
gritos na solidão
confusos destinos os que entram em solitários desconhecidos...
não subas! a escada não é tua
não me toques, o abraço não é teu
profetas de morte, mensageiros do inferno
no Hades, ardem os mistérios de outras eras
longe...longe...gritos na solidão!!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010



Talvez escrever seja uma forma subtil de querer viver para sempre...
Talvez no começo, apenas desejasse segredar a mim própria o que não diria a mais ninguém; jamais.
Talvez, nos entremeios dos julgamentos - sem juiz, sem lei, sem rei nem roque - me tenha apercebido que a vida não se faz de amanhãs que não existem e nunca chegarão - um amanhã será para sempre um amanhã, nunca será um hoje.
Um hoje poderá não ser o tão especial dia em que tudo será diferente; mas é um hoje e é de hojes que se constroem vidas.
Nada está perdido enquanto a capacidade de amar estiver presente, e essa nasce connosco. Por mais enxuvalhada, enlameada, pontapeada que for, nunca será banida do local onde a plantaram, onde nasceu : no coração dos simples.
Força e coragem andam de mãos dadas nas passadeiras e nas bermas da vida; uma vez puxa uma, outra vez outra,  ambas levar-nos-ão pelos caminhos da eternidade, enquanto alguém se lembrar do BEM que fizemos.









Por falar em eternidades, dizem que é Natal
Sabiam?
Desejem uns aos outros amor e felicidade: abracem-se, deixem-nos saber que é Natal
Perdoem-se: de mal passado não se faz um presente - sem presentes não há futuros


Para todos um abraço que abarca o mundo



terça-feira, 21 de dezembro de 2010



Uma de muitas, nenhuma inteira, nenhuma completa; fantasmas de outras eras, embrulhados como folhas de papel velho, usado. Nessas folhas repousam histórias que já ninguém quer ler...
O que será ninguém sabe, ninguém poderá saber. Se me levanto, inteira? não sei, talvez levante velhas pontas, velhas pontes.
O que fica, alguém poderá um dia dizer: foi? não, não foi. Ficam apenas os fantasmas da dor.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

This is a dream



Abriste a porta e o horror entrou, percorreu a sala com o olhar e encontrou o canto ideal onde se esconderia para puder aterrorizar o resto dos teus momentos de descanso...
É a própria imaginação a tua única guerra, com ela ensaias terrenos de uma batalha que parece um jogo do 3º milénio. Personagens irreais dançam em movimentos electrónicos, com sentimentos humanos em cenários manipulados...


até que ponto tu consegues controlar os teus desejos, os anseios de uma virtualidade colada à relidade imprevista dos dias


A chave, algures dentro de ti encontrarás a chave...e a fechadura? O que abrirá a própria chave?


Mentiras ou jogo, amor, angústia, vida ou horas, simples milésimos segundos colados numa coleção de coincidências que vão servindo de suporte para construção dos dias, um a um, colando segundos uns aos outros que nunca poderiam ser primeiros porque a tua cabeça não e uniforme com o corpo.


Que sonho foi este?


Tempestade, furacão - tu ou a vida que criaste para ti- criaste? ou foi surgindo como as çalavras numa página de um livro que retiraste da estante ao acaso


Quem bateu à porta? quem foi?- Bateram ou tu abriste só por curiosidade?


O horror entrou, olhou a sala com curiosidade e encontrou um lugar perfeito para se esconder... e a sala é a tua própria cabeça. O horror permanece domado, amordaçado. 
Rompe com o que te faz humano e transforma a vida num jogo virtual, estátua de pedra, personagem super-heroi de um qualquer jogo de guerra...
quem ganha? quem ganhará?...

domingo, 12 de dezembro de 2010

Viagens inter-especias



Entre Vénus e Marte, aí fica a Terra. Comprimida entre o amor e a guerra, tenta mostrar as suas cores de azul, céu e mar, verde de vida e esperança...comprimida entre o amor e a guerra.
E doutro mundo são aqueles que não pretendem viver nesse circuito que constantemente retoma os passos, os caminhos, as mesmas paisagens. Repetem-se instantemente, quando as palavras e situações estão gastas, vazias.   Loucos os que pretendem sair, viajar por outros espaços outros compassos.Procurando-se em órbita noutros planetas, abandonam o amor e a guerra que - nem um, nem outro - não levam a outro lado senão ao sofrimento.
Prefiro a palidez, quietude ( solidão se quiserem) de uma lua companheira de bons e maus momentos.
Procurem-me entre os anéis de Saturno, na imensidão de Júpiter, mas desistam de Venús ou Marte, comprimidos, cumpridores de péssimas viagens em torno de um sol que queima em demasia ou pinta de cores guerreiras ( é vermelho? é o que dizem...) quando misturado com demasiados gases tóxicos.
Detesto silêncios em órbita...apanhei o rasto de uma estrela cadente...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Curar-te



Há feridas que não têm cura. Acompanham-nos desde a mais tenra idade e prosseguem, tal como nós, pelos anos afim. De nada valem os pensos, as mezinhas, as tentativas infundadas de esquecer a sua presença. Tentamos esquecer a dor, mascará-la numa outra coisa, sempre que, por azar, volta sangrar.
Melhora, ás vezes parece até que vai curar, mas é uma eterna ilusão de vitória.
Não podemos ganhar sempre, não podemos sangrar sempre, com risco de ficarmos fracos, sugados para sempre pela eterna hemorragia de dores  de que ninguém sabe a verdadeira causa.
Tento eternamente curar-te...lembrando-te que a ferida faz parte de ti e que tens forçosamente que aprender a viver com ela, dê por onde der. Um dia, talvez, o seu tamanho simplesmente diminua e aí sim nenhuma dor de qualquer origem poderá de facto vencer-te...

Curar-te



Há feridas que não têm cura. Acompanham-nos desde a mais tenra idade e prosseguem, tal como nós, pelos anos afim. De nada valem os pensos, as mezinhas, as tentativas infundadas de esquecer a sua presença. Tentamos esquecer a dor, mascará-la numa outra coisa, sempre que, por azar, volta sangrar.
Melhora, ás vezes parece até que vai curar, mas é uma eterna ilusão de vitória.
Não podemos ganhar sempre, não podemos sangrar sempre, com risco de ficarmos fracos, sugados para sempre pela eterna hemorragia de dores  de que ninguém sabe a verdadeira causa.
Tento eternamente curar-te...lembrando-te que a ferida faz parte de ti e que tens forçosamente que aprender a viver com ela, dê por onde der. Um dia, talvez, o seu tamanho simplesmente diminua e aí sim nenhuma dor de qualquer origem poderá de facto vencer-te...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Das horas de frio

As horas desenrolam-se como novelos de lã, que se não forem tricotadas com laços precisos, nunca aquecerão os corpos nos dias de Inverno.
Quem vestirá a camisola???

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Conta-me histórias

http://www.youtube.com/watch?v=rOo48B7d3YA&feature=youtube_gdata_player

- Conta-me histórias...
E tu contaste. Histórias tristes, histórias falsas como todas as histórias que trazem consigo o pouco não do que foi, mas daquilo que achamos que é.
- As tuas histórias são feias, tristes, deixam-me embrenhada em problemas matemáticos e trigonometrias impossíveis de resolver.
-foste tu que me pediste as histórias..
- Não estas, queria outras, queria histórias daquelas de deixar água na boca, histórias de voar em cavalos alados. O que eu queria era reinventar todas as histórias com um fim triste, acordar as esperanças que adormecem já, há demasiado tempo nos braços dos anjos negros, que por caidos, esqueceram o número da porta da morada da felicidade.
- pediste me para te contar histórias, eu contei. Histórias de comédias em que ninguém riu sem ser eu, histórias de terror em que só alguém entrou em pânico, histórias em que a realidade é rainha, tal como na vida.
-Não me contes mais histórias, não gosto delas. Prefiro contá-las eu, como as quis, como as sonhei um dia. Histórias não passam disso mesmo e quando as misturamos com condimentos que não pertencem ao mundo das histórias, querendo cozinhar algo daí, envenenamos toda a possibilidade de sobrevivência, tal e qual um belo repasto de cogumelos, aparentemente inofencivos.
- e o que é que os cogumelos têm a ver com isto ?
- nada, mas assim percebes que há coisas que nunca deviam ser misturadas, por serem absurdamente ilógicas...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Reflexões em silêncio

O que é a morte ?
Será ela corpórea, ou simplesmente pequenos pedaços de nós que como frutos de uma árvore, se vão despegando e caindo ao chäo?

Já sem vida, sem vontade própria que lhe mantenham caracteristicas e propriedades, esses pequenos pedaços de nós , encarnam a morte que nunca é imediata, mas um acumular de pequenas perdas aqui e ali....

A morte em oposição à vida
Será que existe realmente esta guerra intrinseca de uma coisa contra a outra ? Fará uma parte da outra como etapa de passagem entre as diferentes caracteristicas da perceção da existência ou dos sentidos ?

Morre o amor? E Amor será vida, ou não será também a morte uma forma de amar o imprevisivel? Qual de nós não se apercebeu apenas na presença da morte o quanto uma situação, uma pessoa nos era essencial?

A morte tem fim terapeutico, pedagógico, sentimental. Lembra-nos a verdadeira importância das coisas e por isso a vida só chega ao seu valor supremo perante a morte.
Mas as perdas são ingratas, quem de nós saberá ou quererá perder? As perdas chegam-nos como consequências das nossas fragilidades. Mas é no perder e erguer de novo os olhos, o corpo, carregando os pesos das mortes e seguindo em frente, que se definem as forças de um vencedor.

No fim jamais haverão vencedores e vencidos, há apenas os que encaram a morte e a vida, as perdas e os ganhos, como faces de uma mesma moeda, que atirada ao ar tem iguais probabilidades de mostrar a cara ou apenas a coroa...

E cada um alegra-se nas probabilidades segundo aquilo a que dá mais valor

Mas o valor nada tem a ver com a vida ou a morte, porque estas são ambas a expressão , o alfa e omega, a manifestaçäo em bruto daquilo que é verdadeiramente o amor
Amará mais quem teimosamente agarra a vida, ou quem aceita resignadamente a intensa perda da morte, imortalizando assim o sentimento ?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

As horas do fim




Senta-te na tua cadeira, espera... 
A espera faz passar o tempo numa câmara de imagem em passagem rápida, o cabelo cresce juntamente com todos os apêndices de que te constróis. Não era nada disso que estava planeado, e as cordas ( de onde apareceram as cordas?) apertam-te à cadeira que ganha assim mais dois pés permanentes ( não servem  de nada , de que servem estes pés se tens uma cadeira, como se fosses uma tartaruga sem local para se esconder) Tentas deslocar-te, mas a cadeira não te larga, colada ao corpo...
 - Alguém troca, alguém quer trocar? alguém viu as horas, em que parte é que vamos, falta muito para chegar ao fim? mas que filme é este?-
... cais, a cadeira incomoda-te os movimentos e vais com a cara ao chão, sentes o escorrer agri-doce do teu sangue ( de onde vem o sangue? quem me desamarra as mãos?...)
- Mas quando é que isto acaba? Alguém sabe o nome do filme?-
Não é uma cadeira, é uma cama, os apêndices estão maiores, o cabelo cresceu, é o teu rosto marcado, vincado ( quando foi que te viste ao espelho? sim és tu...) os pulsos acusam os anos de cordas, as marcas já não sagram, calejam-te a pele, as marcas mais que roçadas, forçadas... A visão é sempre a mesma, branco, branco e luz ( de onde é que vem esta luz? ninguém apaga a luz? é de dia ou de noite? e o sol? já morreu o sol? já se consumiu nas suas eternas combustões? esta não é a luz do sol, essa muda ao longo das horas...)
- Que horas são? mas ninguém sabe as horas?-
Tenho fome , tenho frio - Está por aí alguém? queria ir só até ali...ter a certeza que são ainda minhas estas pernas, que não se transformaram em pernas de cadeira ou em cadeira de pernas... A luz mudou...não ouço nada...está aí alguém? alguém???
- que filme é este? mas ninguém quando é que isto acaba? que horas são?  
                                        
                     São as horas do fim

domingo, 21 de novembro de 2010

homónimos anónimos




Era noite...ou podia ser dia...a luz entrava timidamente pelas pequenas frestas da persiana fechada...
Cheirava a nós, a noite, a tudo, a um tudo que não voltei a cheirar. A venda era minha, os olhos não viam, só o corpo sentia, todos os pedacinhos de pele atentos a ti...vês como é fácil? Agora acertava, já acertava sempre, conhecia cada ponto, cada pormenor, cada toque de todos os pedaços de ti...e queria mais, sempre mais...rias-te como se o prazer não viesse só do corpo mas do facto de sermos assim...um ínfimo pedaço de tudo que nos rodeava, porque o mundo falava baixinho quando estavamos os dois, só porque queria aprender as lições que lhe ensinávamos
Ontem tive um sonho...sonhei que me dizias que as noites de chuva que agora passam sempre sem ti, darão lugar a outras noites... São noites sem vendas, sem jogos, sem ti...chega-me a tua voz em sonhos, sorris ainda... dizes-me qualquer coisa que eu não entendo, como se me tentasses de novo ensinar um jogo, um jogo importante, mas eu não entendo e tu ris-te, de novo...
houve qualquer coisa que ficou por dizer, como se me tivesses deixado amarrada, a coisa que eu tenho mais medo, e tu rias-te...trocamos agora
e eu acordo à noite ( põe a música outra vez) ...ensinas-te-me segredos que mais ninguém sabe, viraste costas e foste embora sozinho, e eu , eu fiquei amarrada, tal como era o meu receio, não já a ti...mas ao que me ensinaste e que agora é apenas segredo meu...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Voltarei



Distâncias, incontroláveis desafios do espaço que atravessam fronteiras, barreiras intemporais. Perto estamos a milhares de km, longe, juntos no mesmo abraço. Ou simplesmente se faz da imaginação realidade e da realidade imaginação, como se quebrassem as dimensões interpostas por o que se julga material mas é intemporalmente finito.
Promessas, farrapos de palavras que talvez tenham tido significados imediatos, mas que se vão desfiando como os fios de uma velha camisola, que teve todo o uso que poderia ter tido
E mesmo assim as distâncias apertam, doem na garganta e na memória as palavras ditas sem que ninguém as ouvisse, nem eu. A saudade garante-me que as houveram, as palavras, a mente sussurra-me lembranças de sonhos, pesadelos, imaginações que se misturaram em tempos em que o sono e a vigília pouca diferença faziam.
O telhado ruiu, e nos escombros que sobraram encontro pedaços do que fui, do que era, do  que será. E encontro-te ainda, num velho retrato que nem precisava lá estar, porque há imagens que guardamos, aquelas que nem a perda forçada de memória podem varrer ao empurrarem a sujidade que se quer limpar.
Não volto a querer promessas, não volto a querer, distâncias forçadas por um destino incontrolado, incontrolável, pedaços doidos de um amor, que como todos, marca a ferro e fogo lembranças. Corpos que se amaram na distância de um sonho (in)compartilhado ou apenas ilusão. Mas eu voltarei a uma casa, a um tecto, a algo que seja um eu.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O melhor



Foi um erro fatal ao qual vais ter de te adaptar. Com o passar do tempo talvez olhes para tudo com uma outra perspectiva, a perspectiva do lado de cá...a perspectiva de quem não tinha outra saída, outra visão, outra forma de fazer o que foi feito...
Talvez o tempo ensine aquilo que não aprendeste ou talvez não...talvez vás simplesmente continuar a saltar de nenúfar em nenúfar sem dar a importância verdadeira que tanto apregoas
Deste-me asas e eu voei. Preso na teia que tu próprio criaste, desenleia-te...
Tenho uma confissão a fazer-te foram os melhores e os piores tempos...mas agora alguém irá ficar com o melhor...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A originalidade do que é nosso




Todos temos um refúgio. Todos procuramos um espaço onde nos sentir seguros...deixar ocupar espaços que são nosso é vender a alma ao diabo e pagar o preço da indiscrição...
Todos temos lugares intocáveis, que ao serem tocados são conspurcados e apodrecidos por mão impuras que não compreendem a importância do ouro interno de cada um...


Se cada ser é único, serão únicas as ideias? os gestos? ou seremos programados a pensar na nossa própria unicidade como fonte de buscas incessantes, de repostas que não existem simplesmente porque as perguntas partem de princípios já infectados por pensamentos alheios?


Seremos realmente originais ou nada mais do que produtos de intrincadas contas de cabeça, programações e conjuntos de coisas já mais que vistas e revistas e combinadas de formas diferentes?

sábado, 11 de setembro de 2010

Viagens



Todos os dias são uma nova viagem em busca do que se procura, mesmo que não se saiba bem o que é. Mas duma coisa temos sempre a certeza...queremos esse presente embrulhado em muito amor e com enormes laços de amizade...


em memória daqueles para os quais o ódio os levou à ultima viagem e para todos os que viram nesse o seu último dia. Que o amor e a amizade entre nós não permita que o ódio volte a vencer...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Contas da vida

http://www.youtube.com/watch?v=V5Ej_WQhKSI&feature=youtube_gdata_player

A vida é mais que a soma dos dias, é a multiplicação de acontecimentos por muito insignificantes que pareçam e a divisão de humores, por algumas vezes também necessários de se contar

Sinfonia de luz

http://www.youtube.com/watch?v=3VzM5uzwg-I&feature=youtube_gdata_player

Amor é a luz que ilumina a escuridão que traz a solidão, é a sinfonia dos sentidos. A música do corpo que emite a vibração imperceptivel que só sente quem está na mesma sintonia.
Amor é silêncio transformado em música que só ouve quem caminha na mesma frequência.
Amor é a calma que invade a alma depois que toda a estática das interferências se vai.
E assim numa sinfonia de luz dois corpos dançam unidos pelos sons do respirar das palavras.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Cantiga de amor



Levaste-me a dançar na lua e lá fiquei, sozinha iluminada pela luz pálida em cores de doença de amor.
Se em silêncio me pegaste na mão, em silêncio me abandonaste.
Não vou mais dançar em silêncio, quero uma dança que me abrace em braços que me enlacem, com sussurros proibidos ao ouvido...
Se só a lua e as estrelas ouviram o meu lamento, no futuro o mundo terá que ouvir...e eu estarei à espera de palavras mágicas que me levantem o feitiço numa sentida cantiga de amor, desta vez cantada só para mim...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Misericórdia




Não sou mais do que isto e não suporto mais que me queiram puxar para todos os lados vendo em mim algo que não sou. Não vou conseguir chegar, sabe Deus onde alguém pôs na cabeça que chegaria. Não vou perder os medos só porque alguém achou que assim seria. Não é assim que as coisas funcionam nesse mundo onde não há magia.
Por isso venho onde os anjos têm asas, onde a magia anda de mãos dadas com o sonho que inventar.
Feiticeira de mim, aqui sou quieta, sussurrante...
Quem criou um sonho, vive num sonho não numa realidade...e há sonhos que só existem onde os colocamos... e assim dividimos mundos, criamos muros invisíveis que são bem mais difíceis de destruir...
Anjo de misericórdia inventou um sonho onde colocou uma boneca e com ela brinca pensando ser realidade...

domingo, 5 de setembro de 2010

Arco-ìris Humano



Sento-me na minha cadeira de pau em frente ao mar... passam cores, estações, passam minutos, horas, dias. Passa o tempo que vai pintando suas cores em estações que se dizem da natureza. Eu sentada na minha singela cadeira de pau, observo o mundo, as ondas, as indas e vindas das pessoas de acordo com as cores , com as estações.
Aquela sensação de energia que percorre todo o corpo com se um electrão abençoado se tratasse, preenche o infinito do meu ser e vejo a vida a passar à minha frente como se fosse um filme. E essa vida é minha e è a vida que está em mim, mudando cores, estações, imagens, segundo a minha vontade como se por um passe de mágica só a minha própria vontade fosse o motor impulsionador desse poderoso tambor divino que é o coração que bombeia vida em seu redor.
E o impulso electrico transmite felicidade e as pessoas em meu redor olham-se e vêem-se como se pela primeira vez, como se até aí estivessem cegas... e os defeitos não sobrepõe os valores... e o mundo apresenta-se perante nós com as suas verdadeiras cores e formamos assim um arco-íris...

Nas asas dos anjos

http://www.youtube.com/watch?v=LvNpvM2Nf28&feature=youtube_gdata_player

É a festa dos pequenos querubins no céu. Estrelas cadentes iluminam a noite, como fogos de artificio. O meu eu sai de mim e vai dançando na noite estrelada, pelo caminho das estrelas, essa láctea via que se alimenta nas asas da imaginação.
É assim o pensamento, livre no seu querer. A felicidade é a ponta da cauda do cometa que passa e por onde o pensamento escorrega para tocar o sonho. E assim, brincando com os anjos que me acompanham, vou aprendendo que os amigos são as luzes no firmamento que nos chamam para nos encontrar e serem encontrados nessa arte que é viver abraçada ao sonho...

sábado, 4 de setembro de 2010

Memórias

Houve um tempo em que pensei que a tinha realmente perdido. Foi o desgosto da perda da mãe, e a negação de um amor que tentou abandonar por ter perdido a coragem de lutar.
Mas existem anjos. Foi quando apareceu a Lou.
Incentivou-a a procurar nossas origens, deu-lhe um novo rumo, um objectivo.
Filhas de pai português e mãe brasileira, nascidas no Brasil, saidas do Rio demasiado novas para lembranças. Vivemos envoltas em memórias que tentaram apagar para evitar sofrimento numa mãe que nunca mais pisou o seu chão.
E ela fez-se ao mundo para apaguar as mágoas e procurar o outro lado das nossas sementes...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Felicidade não se deixa para depois



Felicidade não se deixa para depois.
Felicidade é para hoje, para agora, para ontem. Não pertence a outro lugar mas apenas ao aqui, não pertence a outra pessoa mas apenas ao eu. A esse eu diferente de todos os outros eus, que aprende a viver com aquilo que é seu, o que aprende, o que vai construindo. Felicidade é estar, é ser, é amar, felicidade é aprender a aceitar semelhanças e diferenças. Ser feliz é ser a maior das ofertas, o melhor dos presentes. Ser feliz é apenas Ser.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Estrela da manhã



Em algum momento será hora de sair da minha caixa onde andei protegida daquilo que me ensombra as memórias.
Talvez seja eu a minha maior assombração.
 A caminhar devagar percorro caminhos desconhecidos em busca das minhas próprias roupas.
 Vestida de mim, das cores próprias que a luz do sol da manhã reflete em mim.
 Renego a noite, a luz pardacenta da lua.
 Quero a cor de um sol quente brilhante.
Quero mais do que um reflexo.
Quero todo o meu ser uno em torno do que sou, da minha própria estrela que não se quer polar mas  uma Vénus como a primeira estrela da noite e a última da manhã.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Frágil Rosa do Japão




Já foi uma das minhas músicas favoritas. No tempo em que o único desejo que pedia às estrelas era ser feliz...
Muito simples. Tudo o resto será excesso...
perdi palavras, demasiadas, pelo caminho. Perdi vontades. Ganhei uma eu, desconhecida, cinzenta, que não conheço e com a qual não sei lidar.
Porra, tanta coisa nova ao mesmo tempo, eu que nunca gostei de demasiadas novidades ao mesmo tempo. Lenta,demasiado lenta em estruturar toda a informação. Tanta coisa que não conheço, com a qual não sei lidar, no fundo só me apetece fugir, deixe-me só fugir e esconder-me a observar como se fosse um bichinho assustado, deixem-me...sinto-me mais segura assim...
Quase como se tivesse nascido de novo, de um parto dificil, sou ainda demasiado nova para conseguir sequer gatinhar, quanto mais andar... O mundo é para mim um lugar desconhecido, novo, e o meu olhar deslumbra-se com tudo, como se tudo fosse uma nova oportunidade de aprendizagem, pessoal e social, muitos anos depois da hora certa.
Por enquanto preciso amar-me como uma frágil rosa do Japão precisa de muito cuidado...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Prova de amor

"... nada disto se pode provar..." logo nada disto existiu realmente...

Ficarão apenas a semente e a mazela...

domingo, 29 de agosto de 2010

Pronunciando silêncios




O meu barco perdeu o rumo desprovido que está do barqueiro mas espera ainda que o rio corra para o mar... e um dia chegará a esse porto mais que sentido.
Por agora apenas a voz de nascente limpida me permite ir vogando à deriva...entre pronuncios de morte.
Sentei-me nas escadas que espreitam o quintal. Ao fundo a música batuca com a fúria de uma festa brava. As luzes iluminam o céu e o movimento da rua lá atrás, que se transforma em avenida por estas alturas, incomoda-me, por isso venho para o quintal.
A velha laranjeira cumpre a sua missão perante a natureza. A luz da lua ilumina a ainda vistosa copa verde, agora já despida dos seus brincos laranja.
Lá dentro ela perde-se em pensamentos, tristezas e músicas, corredor acima, corredor abaixo tentanto arranjar justificativas para o que não tem justificação. E eu observo-a de longe sabendo que pouco ou nada lhe posso fazer quando se deixa chegar ao limite. Observo-a apenas, pois é essa uma das coisas que mais gosto de fazer, observar o mundo que se pôs ao meu redor e eu dentro dele.
Saímos por fim, hoje convenci-a a largar as quatro paredes que toma agora como fortaleza. O comboio urbano sai-nos ao caminho e já lá dentro o sorriso das crianças contagia-me, como se o simples gesto de acenar a quem fica pudesse ser uma alegria suprema.
Chegamos. Os rostos são em maioria os mesmos, mas o tempo vai pintando com vários tons, aprofundando ou não detalhes como se esta fosse uma tela nunca acabada. As pessoas são como as marés vão e vêem e a cada nova vinda trazem algo de novo e a cada nova ida levam algo insubstituível.
Julgo saber alguma coisa, mas se realmente me der conta pouco ou nada sei e a ignorância implica-me com o ego, sempre assim foi.
Ela continua por ali, à minha volta, quase imperceptível. Sei no que pensa. Conheço-lhe ou julgo na minha ignorância conhecer-lhe o que lhe vai por dentro. Foi esse feitiço da lua que a tornou assim e que ela julgou puder caber num livro. Mas é maior, muito maior que qualquer conjunto de folhas, letras ou palavras. Não por ser importante mas por ser o mundo para ela, sentimentos podem trocar-nos as voltas e virar as rodas da vida do avesso.


sábado, 28 de agosto de 2010

Agradecimento



Cheguei a agradecer? não sei se alguma vez por simples palavras conseguirei agradecer-te pelo que  me fizeste. É certo que o mundo é demasiado redondo, dá demasiadas voltas sobre si mesmo e em volta do sol... demasiadas para se poderem contar ou até tentar tomar consciência disso.

Detesto culpas. A culpa não sendo explicita é apenas um espinho para cravar quase sempre no coração dos inocentes. Ninguém poderia imaginar que seria uma viagem para dentro da minha própria lixeira e que no fim ficaria a perder. Ninguém poderia imaginar que o deserto seria tão comprido e que seria eu o camelo destinado a atravessá-lo, carregada e sem água.

O dia sucedeu à noite e nova noite precederá ao dia e o mesmo cansaço demasiado grande para conseguir contabilizar, mantém-se apoderado do meu corpo que ficou frágil sem que eu o supusesse. As palavras saem em esforço quase que obrigadas a interagir com o que o rodeia e este mar que há em mim, turbolento maçador, revolveu as areias do pensamento e tomou conta da terra...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A natureza de se ser

O silêncio reina na casa outra vez, não porque o queira por cá, mas porque o rádio velho e gasto companheiro de longas esperas, de muitas labutas, de horas e horas gastas em chegadas, visitas e partidas, se calou. Nem todo o vil metal carcereiro pagará por ora um valoroso substituto do fiel companheiro.
Agora só a música presente nos meus ouvidos, na minha mente, preenche essas horas vãs, em que vento atenta contra as paredes da casa, encontrando por enquanto ali, uma valorosa inimiga.
Não terei medo jamais, mesmo ouvindo-lhe os gritos e silvos, calado que ficou o meu velho companheiro que me espantava o medo. Confio nas paredes desta minha casa para me protegerem dos pronúncios de tempestade.

E as paredes serão meus pilares, traves mestras testemunhas desta luta do ser contra a natureza de se ser

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sussurros pesados



É este peso que me colocaram nos ombros, é a tua voz que me sussurra segredos indecifráveis a ouvidos mudos. É a música que me rouba palavras que agora não consigo dizer simplesmente porque o meu corpo não obedece às minhas ordens mecanizado que está para se manter em movimento sozinho. Apago a luz, só o som e a tua voz me preenche os espaço vazio e aguardo serenamente  que o por do sol  me traga a energia que me sugam os dias...

domingo, 22 de agosto de 2010

O tempo do Universo



Em silêncio proferi palavras que jamais deixaria que dançassem ao som de qualquer frase. Sozinha olhei o céu e as estrelas, esperando que um milagre permitisse que ao fechar e voltar a abrir os olhos a minha vida simplesmente se transformasse numa outra coisa qualquer...
E fui ficando, magoada, acorrentada... e as horas passaram e com eles os dias e o piscar de olhos que na contagem de tempo do Universo embora demore um instante a passar, na contagem de tempo da vida humana, leva um certo tempo. As correntes enferrujaram... as palavras arranjaram forma de encontar o seu próprio espaço para dançarem com o som das frases. Ainda olho o céu, pedindo que tudo se encaixe, tudo se suavize ainda e só um pouco mais. Peço que a timidez dê lugar às palavras certas no local exacto no tempo correcto... sabendo que a contagem de tempo do Universo não se rege pela tabela de tempo de uma vida humana...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A rosa do deserto




Sou uma rosa no deserto. Nascida da mais improvavél aridez, a água que me alimenta não é mais do que lágrimas que brotam dos meus próprios olhos. Sonhando com dias quentes e noites estreladas, transformei a paisagem que me envolve na mais monótona de todas as paragens... O vento levanta o pó de areia e nada sobra...mudando as acumulações de lugar, subindo e descendo como uma verdadeira ondulação, á volta tudo fica igual...A rosa cresceu acreditando na cor vermelha e descobre que não passa de uma amarela pálida. Perene como todas as rosas, a força da natureza vai acabar por me dobrar. E assim se redescobre alguém, e se vê que não se é o que se pensava ser... Em hibernação sonhei sonhos desses de voar, de percorrer o mundo... desperta do meu sonho, descubro a secura que se instalou ao meu redor , que as mudanças da luz alteraram a minha própria cor e que nada já é o que parecia poder ser.


Podia dizer tanta coisa, mas palavras sussurradas atravessam o espaço e podem servir de palavras mágicas para abrir a gruta do medo... e assim não digo nada quando não sei quem me ouve...

talvez possa percorrer o meu deserto em caravana com o vento e um dia, guiada pelos desejos que só as estrelas ouviram numa noite já distante o mar me venha de novo banhar e acariciar os pés, dando por terminada a minha travessia do deserto.

a rosa não nasceu murcha, mas murchou algures no longo caminho percorrido sem agua...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

De braços abertos



A minha noção de braços abertos é diferente da maior parte das gentes, porque eu sou diferente da maior parte das gentes, ou assim me faço acreditar por ser mais cómodo para mim e para aqueles que me olham com desconfiança quando começo a querer por por fora muito do que vai cá dentro...

 Sou com uma chuva continua que abarca a terra de braços abertos e lhe faz brotar a vida. Sou como sol que aquece de braços abertos e faz crescer com força o que outros semearem. Sou como a brisa leve que ninguém vê mas leva a semente no ar, que poliniza a distância que o acaso mandar. Sou o ponto escondido ditando o que ninguém quer esquecer. Sou a folha de um caderno em branco onde irão escrever a mais bela história... Sou as reticências, o que fica por dizer, o parentesis que explica qualquer condição... sou a atriz secundária num papel que enaltece o heroi e a heroina, de braços abertos, sou o lado B de um single que toda a gente ouve... de braços abertos sou aquela que se esconde na sombra para que a luz brilhe no lugar certo...

O mapa e a folha em branco



O carro estampou-se há uns anos...era o meu carro, velocidade de cruzeiro. A estrada era larga e mesmo assim fui albarroada, andei às voltas...voltas e voltas até parar virada do avesso. Soube nessa altura o que era a boa vontade de estranhos, que me tiraram lá de dentro em braços e me ofereceram ajuda... e só nessa altura soube o que era não ter ninguém que me valesse. " Quer telefonar?..." . Para quem?? não tenho quem me venha buscar... a opção foi a mesma de sempre... Kilómetros de distância não impediram os meus de me virem buscar.
E então?? para que serve o resto?... para nada, mas mesmo assim insisti até ser tarde demais...


Do pouco ou nada se faz muito, é essa a minha religião. Tudo o que é demasiado mundano nunca me interessou, se não se fizer disso prioridade nao aparecerá na minha lista de desejos ordenados, porque simplesmente nunca por lá esteve. Não sou de modas porque a moda nunca me influenciou como pessoa que tento ser a cada dia. É a procura de ser sempre melhor que me impulsiona, mas houve em algum lugar uma disrrupção e a exigência passou a ser maior do que a minha capacidade de auto-controle. Sinto-me como uma máquina a quem se exigiu um esforço sobre-humano e que foi largando peças que agora não se encontra o lugar e em que outras simplesmente já não servem para nada por excesso de esforço.
O mapa era falso, não tinha um tesouro no lugar X, mas uma folha de papel em branco como se me dissesse que o tesouro é aquilo que eu lá quiser encontrar, sem conjugação lógica de um mundo material. Não posso acrescentar nada, porque o essencial, foi perdido há muito e nem consigo perceber onde deixei, impressionada que estava com o mapa do tesouro. Olho para trás e o caminho percorrido é-me desconhecido porque simplesmente não o vi, mas conheço o mapa de cor, cada ranhura, cada traço, cada linha... Resto eu, o mapa inútil e uma folha em branco...

domingo, 15 de agosto de 2010




Todos temos os nossos segredos, sonhos, aspirações... no fim tudo não passa de uma mistura de realidades e sonhos que nos mantém estruturados, inteiros, humanos até. Quantas vezes, tantos dos nossos sonhos não passam disso mesmo, tão só uma chama ardente que nos permite ver sempre uma luz ao fundo do túnel quanto tudo em nossa volta parece querer ruir. Outras vezes são esses sonhos que nos permitem fazer as realidades do dia a dia e é neles que vamos buscar forças para nos mantermos de pé, lutando com as armas que possuimos ou julgamos possuir. Porque no fundo é isso que interessa...não o que temos fisicamente mas o que sabemos nosso, muito para além das leis da fisica ou do racionalmente correcto. A vida é uma mistura desporporcionada que coisas que são, fisicamente e de outras que sendo não passam de quereres tão poderosos que têm capacidades de mover montanhas e barreiras visiveis e invisíveis... e no fim só isso interessa a capacidade de querer mais durante mais tempo, a capacidade de lutar por mais durante mais tempo.
É por isso que o amor é tão poderoso, apesar de o ver vencer todos os dias á minha volta, também o vejo perder por falta de esperança. Quem sabe se não era assim tão verdadeiro... não sei...sei que o meu tem ganas de eterno. De tão poderoso que é por vezes sufoca-me de tanto viver de esperança...talvez seja esse o segredo da caixa de Pandora, é preciso acreditar sempre, manter a chama da esperança acesa para conseguir fechar todas as desgraças na caixa...
Este é o meu presente para ti, aquele que me ama... as mãos abertas sem mais nada além do meu amor e da minha esperança...
Diziam-me ontem que as palavras têm poder...sorri... quase que gargalhei...se há pessoa no universo interiro que sabe o poder das palavras esse alguém sou sem sombra de dúvida eu...

sábado, 14 de agosto de 2010

O preceito era ouvir música e falar com as mãos...mas nem sempre os preceitos devem ser seguidos. Quando assim não pode ser, por motivos que a razão desconhece mas que o coração agradece...
Não consegui escolher uma música que me tirasse dos ouvidos a que ouvi hoje, nem cantar consegui, e tentei...tenho vindo a tentar por entre todo o trânsito que me impediu de chegar a casa mais cedo mas não há palavras cantadas ou música que me tire a que tenho nos ouvidos.
Tanto tempo...tanto tempo... e sempre a mesma música, certeira, ritmada, que me entra no ouvido em sussurros e segredos e fica cá lentinha ou forte e bate ao compasso certo de cada batida cardiaca. Tanto tempo...tanto tempo e outra que tenha ouvido não consegue superar este som angelical. E então um cumprir de um sonho de quem fala com os olhos e de quem ouve com o coração, e então o cumprir de um sonho de quem ama essa música muito para além da razão...
E então eu espero, serena, calma e em silêncio contido... eu espero que nasça o dia em que essa música se transforme em vida nos meus sentidos...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010



O amor é uma ilusão, não existe realmente. O amor é apenas uma forma de nos projectarmos noutra pessoa pensando egoisticamente que a estamos a venerar...

terça-feira, 10 de agosto de 2010



A vida tem uma forma perversa de cumprir desejos. Nada é simples, recto ou até o verdadeiramente desejado. É deturpado de forma a que se consigam ver os vários ãngulos de uma mesma coisa. Será isso o sentido divino de perspectiva?? Ou apenas uma brincadeira de peões num tabuleiro que não se sabe a identidade dos jogadores. E a vingança existirá realmente ou não será mais uma ilusão de óptica em perspectiva retorcida? ou sera apenas a vida agarrada à lembrança??
E pela primeira vez fico sem palavras, a palavra vingança engasga-me na garganta e martela-me na cabeça há algum tempo. Terá sido isso ?? Porque de sonho pouco mais teve que uma conclusão de caixa vazia, como se a esmola tivesse sido levada por um qualquer ladrão esfomeado...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010



O outono chegou mais cedo e levou com ele o que restava de vida que ainda pulsava. A escuridão toma conta daqui em diante. Foram as asas de um qualquer anjo que lhe levaram o que sobrou. O corpo fica, como tronco de árvore morta para que dela se alimentem os bichos. Mas o tempo passa, as estações, e no fim da missão, nada mais restará a não ser o local onde alguém um dia plantou uma semente...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010




Gostava tanto de saber onde é que as musas guardam as bolas de cristal...por certo que as têm porque só elas conseguem cantar o ainda está por vir...sereias na imensidão de um mar sem fim, que rebenta continuamente a sua força nas areias da praia que o acolhe...
Espuma e pó de sal, eis o que sobra em cada século, mas o importante permanece, simples, como se mais nada fosse necessário...porque foi do movimento incessante das ondas que nasceu a vida que hoje abarca a terra inteira...

sexta-feira, 30 de julho de 2010




Toda a gente aguarda, espera...toda a gente percorre um caminho, mas nem toda a gente sabe onde vai. Parar? resistir de se deslocar aos encontrões arrastado por quem caminha aparentemente com sentido, ou seguir... com rumo de marés de gente...com rumo de caminho feito por outros, pelo qual nem sequer caminhas, segues apenas levantado do chão pela multidão que insiste em te levar sem sequer te olhar para o rosto...

quinta-feira, 29 de julho de 2010



Foi numa viagem distante que encontrei as outras partes de mim. Perdidas, separadas, difusas, eu própria me separei de mim...Num dia já sem marca no calendário, daqueles que ficam guardados como a memória de um beijo, mas impossíveis de distinguir numa humana forma de contagem, alguém se propôs a encontrar e juntar as partes de um todo que formam o universo incoerente que é o corpo e a alma de uma mulher. E se isso não é amor, não sei o que é, não me perguntem...


Sei apenas que a eterna ebolição dentro do meu ventre se transformou em vapor e ocupou a atmosfera, neste meio jeito volátil de demonstrar o amor... que transformo em sinais de fumo e não consigo conter, por muito que as crateras que existem em mim se esforcem por esconder...

segunda-feira, 26 de julho de 2010




Quero especializar-me em procurar o meu caminho sem seguir o que outros sonham para mim. Sou como uma pequena abelha que pousa em várias flores e dela estrai o seu pólen. Flor e abelha independentes mas complementares. Sem flor como faria a abelha o seu mel? Só o amor me prende, só o amor em mim cria raízes, o que sobra, o que se vê, é um pouco de tudo e de nada de pequenos voos que complementam a força da natureza na sua função aparentemente singela. Não se espera da abelha que seja borboleta, nem da borboleta que seja abelha, cada uma é o que é...A natureza é bela porque mantém simples as suas funções. O homem cria discórdias sempre que deseja construir grandes torres de babel que nunca chegarão aos céus...
Grandes impérios de sol, ou de lua demoram anos a construir sem pressas, aproveitando apenas o melhor de cada uma das suas partes, ou não se teriam mantido tanto tempo de pé, nem seriam impérios...

domingo, 25 de julho de 2010




Desperdicio de vida, horas e horas passadas agarradas a um nada para onde transferes o tudo que já não tens.
E os castelos de areia vão , a pouco e pouco, sendo levados pelo mar, que tudo leva, que tudo lava.
Gritas na solidão, palavras que nem tu entendes, e mesmo assim esperas que o eco te responda... respostas a perguntas que tu não sabes fazer, que tu nem sabes quais são..
E o amor? e o amor? palavra sem significado palpavél, usada como desculpa para tanta confusão...solidão...


Já dei tantas voltas e volto sempre aqui...
Forjei pedra, esculpi ferro
voei em horizontes irreais à espera de horas reais
despedi-me de mim,
e vesti-me de vestes que não são minhas
mas aqui e só aqui
o tempo tende a ter alguma noção do que se esconde por detrás das horas,
dos dias, dos espaços escondidos e fabricados em vão...
espontâneo, só o sorriso molhado em lágrimas que já não têm expressão num rosto vazio...
smille on...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O sonho



As coisas simples revestem-se de mantos de luz de iluminam os dias cinzentos. Segredos são partes de nós, com a própria carne que nos mantém vivos. Sonhos são janelas abertas para outras dimensões que também elas fazem parte da vida. Essa magia que invande o corpo e o transforma em muito mais do que biologia. São a outra parte de um eu, que só em sonho é livre. Escorrem-me por entre as mãos, salpicos de luz e cor e por enquanto são só esses instantes que me mantêm livre...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A cabana com vista para o mar



Se me trouxessem para aqui de olhos fechados, conheceria o local só pelo cheiro. As paredes desta cabana estão impregnadas do cheiro a angústia, a guerras internas externas, a desespero. Ao abrir a porta, veio-me à memória como um flash, todas as palavras, os sentimentos, e fui envolvida pelo mesmo manto pesado de solidão. Mas foi só ao entrar. Como se algures lá fora já me tivesse escudado do que sabia que tinha ficado aqui fechado...memórias, que fazem parte do que sou agora mas já não me definem. É verdade que aqui tomei decisões que alteraram por comleto o curso deste rio por onde navego numa jangada de pau. É verdade que pensei que ao tomá-las tudo seria diferente... e foi, mas num sentido contrário ao que estava à espera. Se sou a mesma ? sou, talvez seja.. mas a flor aproveitou a estação e transformou-se em fruto. Mais resistente, mas com outro valor ao paladar. Recuso-me a servir apenas para ser bonita ao olhar daqueles que passam apressadamente, envolvidos nas suas próprias batalhas. Tenho agora outro valor. Alimento, e o meu objecto é dar sumo à minha vida. Um a um os passos vão sendo dados, devagar, como um bebé que aprendeu a andar sozinho e ainda tem medo de cair...E nunca se sabe onde é que o rio se mistura com o mar, mas algures pelo caminho a água já sabe a sal...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sem dúvida

De todas as coisas que me disseram ultimamente ( acreditem , já ouvi muitas) a que continua a rimbombar nos meus ouvidos como se fosse a música deste blog a tocar toda ao mesmo tempo, foi : " tu não te consegues colocar na pele dos outros"... Fokewregewgfq ewd@-se... eu nem me consigo enfiar na minha...

domingo, 18 de julho de 2010

E se a vida não for mais do que um livro de histórias que alguém escreveu e contou?... e se o seu o narrador se enganar no que lê?... E se entrares dentro da tua própria história, abrires o livro da vida e leres aquilo que já escrevestes? e se o protagonista da tua história não fores tu mas uma qualquer outra impostora, isso fará de ti impostora da tua própria vida? E se alguém se enganar a escrever a tua história?.. Será melhor fechar o livro?


sábado, 17 de julho de 2010



PSIUUU!!! AS palavras são as geradoras dos espinhos sobre os quais continuo a teimar em caminhar. Silêncio! promessas não cumpridas são pedras que se atiram em vão...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Asas

http://www.youtube.com/watch?v=u-UJQGwzyxo&feature=youtube_gdata

Há muitas formas de voar e há quem crie as suas próprias asas e depois não saiba viver com elas, nem sem elas...
Preciso das minhas asas, mas ainda estou a descobrir o tamanho exacto para lhes dar. Para que os voos sejam suaves, ligeiros e fantásticos, tal como nos sonhos que sonhei acordada.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sem cor




Sem cor, sem sonho mas também sem o pesadelo de que finalmente acordei...volto às mãos vazias, às gentes, ás vidas em agonia, a uma mim com pedaços rasgados de mim...assim como sempre foi, sem nada de importante a não ser o meu legado.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pontes entre nós

http://www.youtube.com/watch?v=reofGvaT7LY&feature=youtube_gdata

Não , não me sinto segura na nossa ponte ainda tão frágil. Mas a vida ensinou-me a ter calma e aprender a esperar. Ensinou-me que de boas intensões está o inferno cheio. Ensinou-me que tudo tem o seu tempo e que a verdade é um bem precioso e por isso espero, entre garrafas vazias e copos cheios.
O que outros julgam não me interessa, só o que sinto quando estamos juntos interessa... sinto -me real e só isso tem sentido. Que os olhos por vezes não sentem mas a alma sempre te sentiu ... e só isso interessa. 

segunda-feira, 7 de junho de 2010

The right moves




Ouvi em algum lugar que foram considerados o melhor grupo do ano. O melhor grupo, o melhor carro, o melhor isto e aquilo, cheira-me a normalização a manipulação de vontades. É certo que a sociedade é um sistema aberto que tende à normalização... Reflexões à parte, gosto do grupo, até porque sempre tive uma tendência para a cultura pop, com o necessário e pessoal desvio padrão.

domingo, 6 de junho de 2010

Tudo de novo




É uma realidade, os senhores beleza, têm muito pouca, mas este segundo álbum parece-me bastante bom...
É música de fundo, que fica bem entre conversas sérias ou mais casuais. A voz do interprete tem um som que me agrada, que toca uma qualquer campainha de alarme de gosto.

Isto só para escapar á conversa que é sábado à noite e que a tua conversa me faz falta, mais do que aquilo que estava habituada, diferente do que me deram, é a tua companhia que me faz falta...


sábado, 5 de junho de 2010





Já foram o meu grupo favorito...talvez os únicos que alguma vez tenham carregado essa distinção, há muitos anos, quando ainda tinha tudo nos olhos e a "vitologia" era uma forma de vida. Pouco a pouco foram perdendo o estatuto pois que tudo na vida vai sendo substituído. Este ano vou finalmente ter o previlégio dos ver ao vivo, já que a vida fez questão de não nos juntar antes. Diferentes estão eles e a sua música, e até a minha forma de ouvir, mas a mutação é a eterna forma de sobrevivência e adaptação dos seres que percorrem e povoam a terra ( a real e a dos sonhos...)



Homem de Nada
Uma vez dividido... Nada restou para subtrair
Algumas palavras quando ditas... Não podem ser retiradas
Caminha sozinho... Com pensamentos que não pode evitar
O futuro está aí... Mas no passado ele está lento e afundando
Capturado num raio, num relâmpago... Amaldiçoou o dia que ele deixou passar

Homem de nada
Não é alguma coisa?
Homem de nada

Certa vez ela acreditou... Em todas as histórias que ele tinha pra contar
Um dia ela endureceu... Escolheu o outro lado
Olhares vazios... Em cada canto de uma cela de prisão compartilhada
Alguém acaba de escapar... Alguém deixou o poço
E aquele que esquece... Estará destinado a lembrar... oh ...oh ...oh...

Homem de nada
Não é alguma coisa?
Homem de nada

Oh, ela não o quer
Oh, ela não o alimentará... Depois dele ter voado...
Oh, para o sol... Ah, para o sol... Queime... Queime

Homem de nada
Não é alguma coisa?
Homem de nada

Homem de nada
Não poderia ter sido alguma coisa
Homem de nada

Oh ...ohh ...ohh...

Um dia ainda vou aprender...



A melhor coisa neste mundo da informática é que podemos fazer delete e reset e puff; pozinhos de perlimpimpim, desaparece tudo ou pelo menos fica bem longe da vista. A memória humana poderia funcionar assim também. Sempre que se quisesse, pufff, lá se iam  todas as memórias ingratas que o tempo não quer apagar...


Detesto regras, sempre detestei, demasiadas regras e convenções, e é assim e assado e tudo e mais alguma coisa, põem-me a cabeça a andar à roda. Eu tento, juro que tento, mas não consigo fazer a mesma coisa durante muito tempo pelas regras dos outros, emburrece-me!!! Eu detesto tanto, mas tanto regras, que após um parto de muitas e difíceis horas, em que todas as regras apontavam para que eu saísse tantan, fui nascida mais ou menos normal, tão mais ou menos que chega a roçar o ordinário ( no sentido de comum).


Não entendo porque é que as pessoas mantêm diários em papel, não faz sentido. Para quê ter uma quantidade de folhas escritas com coisas que já se passaram e que têm que ser revividas antes de se escrever algo novo, quando este "novo" formato é muito mais natural. Escreve-se no dia, e vai ficando para trás, para trás, tal e qual como o tempo para deixar entrar novas escritas, novos pensamentos, novos dias e novos horizontes. Talvez por isso eu goste tanto de escrever aqui...o que escrevo agora amanhã já passou e e´ substituído de novo e de novo, conforme vão passando as águas por baixo das pontes...

Ou simplesmente esteja viciada nisto e me seja difícil não escrever seja o que for. Todas as possibilidades são aceitáveis, na medida em que as probabilidades de nada do que eu escrevo fazer sentido ao comum dos mortais serem altamente favoráveis ( não descobri ainda é a favor de quem)

Como feiticeira gosto de alquimia, a bem dizer gosto mesmo é de misturar tudo e "prontos", no fim das contas não descubro a fórmula de transformar metais em ouro, mas descubro milhentas formas de passar o tempo, de me divertir e chorar e rir e brincar como uma criança e sobretudo de fazer companhia a mim própria e a quem tiver paciência de perder tempo a ler esta porqueira...

Fui...enfeitiçar outras freguesias.