terça-feira, 17 de agosto de 2010

O mapa e a folha em branco



O carro estampou-se há uns anos...era o meu carro, velocidade de cruzeiro. A estrada era larga e mesmo assim fui albarroada, andei às voltas...voltas e voltas até parar virada do avesso. Soube nessa altura o que era a boa vontade de estranhos, que me tiraram lá de dentro em braços e me ofereceram ajuda... e só nessa altura soube o que era não ter ninguém que me valesse. " Quer telefonar?..." . Para quem?? não tenho quem me venha buscar... a opção foi a mesma de sempre... Kilómetros de distância não impediram os meus de me virem buscar.
E então?? para que serve o resto?... para nada, mas mesmo assim insisti até ser tarde demais...


Do pouco ou nada se faz muito, é essa a minha religião. Tudo o que é demasiado mundano nunca me interessou, se não se fizer disso prioridade nao aparecerá na minha lista de desejos ordenados, porque simplesmente nunca por lá esteve. Não sou de modas porque a moda nunca me influenciou como pessoa que tento ser a cada dia. É a procura de ser sempre melhor que me impulsiona, mas houve em algum lugar uma disrrupção e a exigência passou a ser maior do que a minha capacidade de auto-controle. Sinto-me como uma máquina a quem se exigiu um esforço sobre-humano e que foi largando peças que agora não se encontra o lugar e em que outras simplesmente já não servem para nada por excesso de esforço.
O mapa era falso, não tinha um tesouro no lugar X, mas uma folha de papel em branco como se me dissesse que o tesouro é aquilo que eu lá quiser encontrar, sem conjugação lógica de um mundo material. Não posso acrescentar nada, porque o essencial, foi perdido há muito e nem consigo perceber onde deixei, impressionada que estava com o mapa do tesouro. Olho para trás e o caminho percorrido é-me desconhecido porque simplesmente não o vi, mas conheço o mapa de cor, cada ranhura, cada traço, cada linha... Resto eu, o mapa inútil e uma folha em branco...

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