terça-feira, 5 de julho de 2011

Amar, amar...

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Quem foi que transformou a chuva numa cascata pura e cristalina?
Quem foi que roubou a água dos meus olhos, para com ela me lavar o corpo e a alma? Quem transformou as humidades de um bolor que me consumia, em gotas de orvalho fresco e cintilante ?
Que incansáveis pequenas aranhas ( nós e só nós tecendo nós) tecem a sua perfeita teia, orgulhosas da sua criação?
Quem tomou o meu corpo e o renovou num ritual de purificação transformando as lágrimas em suaves sons duma canção?
Quem libertou as tempestades, domou com ciência as vontades, pintando de novas cores as vaidades?
Quem me sussurrou ao ouvido as palavras que hoje digo?
Esta natureza enfeitiçada, quase por ninguém domada, tantas vezes desmaiada, em tons velhos, desbotados...
Tomaste o meu cálice, bebeste do meu seio sentido. Sangraste tuas dores comigo.
Voltaste na madrugada, com as mãos cheias de nada e preencheste o vazio.
Ouves a água que corre? a paz que por aqui se ouve?
Foste a estrela da manhã. Foi a noite que passou e o teu corpo que me encontrou. Nesta teia de palavras, devolvo-me em pequenos nadas ao tudo que contigo sou.
Agua, fogo, terra, ar... tudo no nosso olhar... e esta água que corre, onde nos vamos banhar...
Amar. Vem junto ao meu ouvido, sussura feitiços comigo... na madrugada, somos a força indomada, correndo por nós, em cascata. Amar...amar...

2 comentários:

  1. Amar, amar, amar. Conjugar esse verbo em todos os tempos e modos, numa cascata de felicidades. Adorei o poema.
    Bjux

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  2. Como me dizias ontem, amar é um mergulho no mar, pode ser um mar calmo e quente do sul ou uma gélida experiência nos mares do norte. Um autêntico mistério.

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os teus pozinhos de perlimpimpim