terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Não fiques parada




A cada lágrima de fogo, incendeia ainda mais a chama do amor.
A vida rola como uma bola; ao girar  transforma-se de gelo em fogo, de paz em guerra; de felicidade em dor. E a cada volta é vida, é sentimento, é ser; é um tudo ou nada. É assim a vida e só assim vale a pena...
De que vale uma brisa se não levanta pó, se não despenteia cabelos, se não agita árvores à sua passagem, levantando os pássaros dos ramos acolhedores.
De que vale uma chuvada, se não molhar as ruas e os quintais, se não se ouvir o riso das crianças a correr desejando não se proteger; se não houver algures um par de desconhecidos caindo nos braços um do outro ao tentar salvar a roupagem encharcada
De que vale um dia de sol, se não o olhares de frente ( esse sol quente) e aqueceres os pensamentos e a alma com a luz que transmite um calor que não vem de fora mas se encontra cá dentro.
Se não se rasgar a pele ao correr pelo esforço de chegar, nunca se saberá o que custa ganhar, o que dói não vencer; Se nunca partires um prato não saberás dar o valor real à tua louça; se não te perderes no pânico de te perderes não conhecerás jamais a alegria te achares num caminho de chegada.


Nas estradas da vida, os sinais mostram a direção mas as intempéries deixarão as melhores memórias ( as que te recordarão as formas decididas de te protegeres e seguires em frente); as  memórias de vida vivida, porque nesta incessante roda, uma lágrima de fogo perdida na memória transformar-se-à (com a magia do tempo) em sorriso de lembrança do caminho, da bola que girou para se chegar onde se chegou.


O amor não tem caminhos...é a bagagem que levas para te aquecer, não é de outros é teu, serve de almofada para dormir ao relento, de lençóis para te abraçares quente e segura. 
O amor não tem forma, veste-se de roupa de chuva ou de vestido de verão; não vai à tua frente, vem atrás de ti; é a tua sombra, caminha ao teu lado, acende a tua chama quando te julgas ao escuro; é o combustível que mantém a bola rolando, a vida passando, a alma sentindo. Não fiques parada, sentada, esperando o que está atrás de ti (esperando também), um passo para impulsionar a partida; uma nova partida, uma outra partida, mas sempre uma partida, para que haja chegada.



2 comentários:

os teus pozinhos de perlimpimpim