sexta-feira, 24 de junho de 2011

O que é a vida. Amor?

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É noite e a luz da lua cobre com o seu nobre manto pálido, numa coloração semi-gelada o calor que a Terra ainda evapora.
- Sonhas...
-Como sempre...
- Com que sonhas?
- Com um país edílico onde a natureza terreste faz amor, permanentemente, com o cosmos que a envolve.
- Fascina-te a natureza...
-Sempre, toda ela. A perfeição dos corpos, animais e vegetais, assim como dos corpos celestes. A dança contínua entre a quimica e a física, que se atraem e repelem num movimento incessante que produz energia...a criação ( biologica, psicológica, até a menos lógica) a mística dos segredos da perfeição matemática, as propriedades curativas escondidas na natureza combinadas com as cabalas e as superstições. Tudo o que abarca a vida me fascina.
- E o que é a vida?
Olhei-te. A pergunta não se enquadrava no quadro de referências que tenho de ti. Não que seja de ideias pré-concebidas, mas pressenti uma pergunta interna e não uma conversa comigo ( não é costume).
- Diz-me feiticeira, o que é a vida?
A vida meu amor, a vida é simples. A vida é o que temos dentro de nós. Esta magia que nos deram à nascença e que cada um utiliza ou desperdiça como quer ( calei-me, não te respondi, não sabia se era isto que te queria dizer). Acendi as velas que repousavam em cima da mesa. As purporinas do copo, com a luz, brincavam e espelhavam-se no tecto do alpendre jogando às escondidas com as sombras.
- Vês? A vida é como este copo com esta vela lá dentro. Se a vela estiver apagada, se não lhe dermos luz, nunca poderemos imaginar a beleza que produz, quando se reflecte nas purporinas.
- Essa tua forma de olhar a vida é utópica, já pensaste nisso?
- Já, penso nisso todos os dias e agradeço esta utopia que me invade. Foi a utopia que levou o Homem para lá do mar, para lá da terra, para lá do ar e até para lá das suas próprias barreiras e limitações internas. É a utopia que me faz amar, que me faz amar-te.
Calaste-te, nunca te tinha dito explicitamente, porque há coisas que se vêm e se sentem mesmo sem haver palavras que as definam... embora as palavras marquem, para sempre, o que acontece.
- São bonitos os teus copos, dão um efeito engraçado à luz das velas.
- ...
- Está bonita a lua hoje, e este calor, apetece estar no alpendre.
- ...
Depois foi o céu, e a lua, as estrelas, o chão ( nem sempre é duro o chão) as purporinas a dançar com as sombras nas paredes, o calor, o suor e a tua respiração.
Depois fomos nós e a natureza e os corpos, celestes, entre quimicas e fisicas...foi a vida, a utopia e a vela que ardeu até não sobrar nem mais uma sombra de prazer naquela noite.


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