quinta-feira, 23 de junho de 2011

Levito





Levito. Sempre que as ideias se encadeiam como fios de cabelo, que, sem direcção precisa, se enleiam em complicados nós de instinto, sentimentos e razão, levito.
Perco o meu peso no ar, nesse ar que nos sustenta a vida. O ar. O ar de quem não sabe definir a direcção dos pensamentos.
Penso em ti. Levito. Medito nesse teu ar, com que me respiras. Com que me fazes entrar e sair da tua vida.
Fazes sentir-me. Leve. É o que sou na tua presença. Ostentas o meu coração com que sustentas o meu sentir... e levito. Subo, acima de qualquer realidade pois o sono é leviano na tua ausência. E os cabelos enleiam-se como os pensamentos, enovelando os ciúmes em rolos que vais esticando sempre que entras e sais. E levito, porque me quero leve, porque me quero eu. Porque quero o meu leito, na tua ausência ou na tua presença. Sou eu, a mesma. Tu vais, o meu coração fica. O corpo pode chamar, o ar pode até faltar. Mas eu fico e levito, deixando o cabelo desembaraçar-se lentamente das ideias que me prendem.
Entras e sais lentamente, inspiras e expiras, sou tua totalmente e o meu corpo pede-te fora por momentos, para aumentares novamente o prazer com a tua presença...levito. E sou a mesma contigo ou sem ti, aqui...






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