sexta-feira, 30 de julho de 2010




Toda a gente aguarda, espera...toda a gente percorre um caminho, mas nem toda a gente sabe onde vai. Parar? resistir de se deslocar aos encontrões arrastado por quem caminha aparentemente com sentido, ou seguir... com rumo de marés de gente...com rumo de caminho feito por outros, pelo qual nem sequer caminhas, segues apenas levantado do chão pela multidão que insiste em te levar sem sequer te olhar para o rosto...

quinta-feira, 29 de julho de 2010



Foi numa viagem distante que encontrei as outras partes de mim. Perdidas, separadas, difusas, eu própria me separei de mim...Num dia já sem marca no calendário, daqueles que ficam guardados como a memória de um beijo, mas impossíveis de distinguir numa humana forma de contagem, alguém se propôs a encontrar e juntar as partes de um todo que formam o universo incoerente que é o corpo e a alma de uma mulher. E se isso não é amor, não sei o que é, não me perguntem...


Sei apenas que a eterna ebolição dentro do meu ventre se transformou em vapor e ocupou a atmosfera, neste meio jeito volátil de demonstrar o amor... que transformo em sinais de fumo e não consigo conter, por muito que as crateras que existem em mim se esforcem por esconder...

segunda-feira, 26 de julho de 2010




Quero especializar-me em procurar o meu caminho sem seguir o que outros sonham para mim. Sou como uma pequena abelha que pousa em várias flores e dela estrai o seu pólen. Flor e abelha independentes mas complementares. Sem flor como faria a abelha o seu mel? Só o amor me prende, só o amor em mim cria raízes, o que sobra, o que se vê, é um pouco de tudo e de nada de pequenos voos que complementam a força da natureza na sua função aparentemente singela. Não se espera da abelha que seja borboleta, nem da borboleta que seja abelha, cada uma é o que é...A natureza é bela porque mantém simples as suas funções. O homem cria discórdias sempre que deseja construir grandes torres de babel que nunca chegarão aos céus...
Grandes impérios de sol, ou de lua demoram anos a construir sem pressas, aproveitando apenas o melhor de cada uma das suas partes, ou não se teriam mantido tanto tempo de pé, nem seriam impérios...

domingo, 25 de julho de 2010




Desperdicio de vida, horas e horas passadas agarradas a um nada para onde transferes o tudo que já não tens.
E os castelos de areia vão , a pouco e pouco, sendo levados pelo mar, que tudo leva, que tudo lava.
Gritas na solidão, palavras que nem tu entendes, e mesmo assim esperas que o eco te responda... respostas a perguntas que tu não sabes fazer, que tu nem sabes quais são..
E o amor? e o amor? palavra sem significado palpavél, usada como desculpa para tanta confusão...solidão...


Já dei tantas voltas e volto sempre aqui...
Forjei pedra, esculpi ferro
voei em horizontes irreais à espera de horas reais
despedi-me de mim,
e vesti-me de vestes que não são minhas
mas aqui e só aqui
o tempo tende a ter alguma noção do que se esconde por detrás das horas,
dos dias, dos espaços escondidos e fabricados em vão...
espontâneo, só o sorriso molhado em lágrimas que já não têm expressão num rosto vazio...
smille on...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O sonho



As coisas simples revestem-se de mantos de luz de iluminam os dias cinzentos. Segredos são partes de nós, com a própria carne que nos mantém vivos. Sonhos são janelas abertas para outras dimensões que também elas fazem parte da vida. Essa magia que invande o corpo e o transforma em muito mais do que biologia. São a outra parte de um eu, que só em sonho é livre. Escorrem-me por entre as mãos, salpicos de luz e cor e por enquanto são só esses instantes que me mantêm livre...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A cabana com vista para o mar



Se me trouxessem para aqui de olhos fechados, conheceria o local só pelo cheiro. As paredes desta cabana estão impregnadas do cheiro a angústia, a guerras internas externas, a desespero. Ao abrir a porta, veio-me à memória como um flash, todas as palavras, os sentimentos, e fui envolvida pelo mesmo manto pesado de solidão. Mas foi só ao entrar. Como se algures lá fora já me tivesse escudado do que sabia que tinha ficado aqui fechado...memórias, que fazem parte do que sou agora mas já não me definem. É verdade que aqui tomei decisões que alteraram por comleto o curso deste rio por onde navego numa jangada de pau. É verdade que pensei que ao tomá-las tudo seria diferente... e foi, mas num sentido contrário ao que estava à espera. Se sou a mesma ? sou, talvez seja.. mas a flor aproveitou a estação e transformou-se em fruto. Mais resistente, mas com outro valor ao paladar. Recuso-me a servir apenas para ser bonita ao olhar daqueles que passam apressadamente, envolvidos nas suas próprias batalhas. Tenho agora outro valor. Alimento, e o meu objecto é dar sumo à minha vida. Um a um os passos vão sendo dados, devagar, como um bebé que aprendeu a andar sozinho e ainda tem medo de cair...E nunca se sabe onde é que o rio se mistura com o mar, mas algures pelo caminho a água já sabe a sal...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sem dúvida

De todas as coisas que me disseram ultimamente ( acreditem , já ouvi muitas) a que continua a rimbombar nos meus ouvidos como se fosse a música deste blog a tocar toda ao mesmo tempo, foi : " tu não te consegues colocar na pele dos outros"... Fokewregewgfq ewd@-se... eu nem me consigo enfiar na minha...

domingo, 18 de julho de 2010

E se a vida não for mais do que um livro de histórias que alguém escreveu e contou?... e se o seu o narrador se enganar no que lê?... E se entrares dentro da tua própria história, abrires o livro da vida e leres aquilo que já escrevestes? e se o protagonista da tua história não fores tu mas uma qualquer outra impostora, isso fará de ti impostora da tua própria vida? E se alguém se enganar a escrever a tua história?.. Será melhor fechar o livro?


sábado, 17 de julho de 2010



PSIUUU!!! AS palavras são as geradoras dos espinhos sobre os quais continuo a teimar em caminhar. Silêncio! promessas não cumpridas são pedras que se atiram em vão...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Asas

http://www.youtube.com/watch?v=u-UJQGwzyxo&feature=youtube_gdata

Há muitas formas de voar e há quem crie as suas próprias asas e depois não saiba viver com elas, nem sem elas...
Preciso das minhas asas, mas ainda estou a descobrir o tamanho exacto para lhes dar. Para que os voos sejam suaves, ligeiros e fantásticos, tal como nos sonhos que sonhei acordada.